quinta-feira, 21 de novembro de 2013

José Sarney: “o Maranhão é uma referência nacional de progresso”

Da Coluna do Sarney

Em 1965, quando me tornei governador, já tinha o programa de governo pronto. Ele fora objeto de debates, estudos, opções e decisões. O Maranhão desintegrado, sem qualquer ligação terrestre com o Tocantins e toda a fronteira oeste, o mesmo acontecendo com o Pará, a parte leste, com o Piauí e Nordeste, e a parte sul, com Goiás e Bahia. A capital, São Luís, totalmente isolada, cercada por cerca de 300 quilômetros de campos, sem expressão econômica, e ligada apenas com o litoral por barcos à vela, mercadejando pequenas porções de cereais, caças predatórias de aves, babaçu e couros da Baixada.

A nossa bela e velha cidade estava mergulhada na decadência, visitada mensalmente por dois navios do Lloyd e da Ita, com bondes velhos, e sem energia. Uma única via de penetração com o interior da ilha: uma estrada de terra, caminho de carroças e de três ou quatro caminhões “Ford Bigode” que eram a novidade. Automóveis, somados os de praça e particulares, não chegavam a 50. O orgulho era a vida intelectual, os grandes poetas e escritores.

O estado era um corpo sem cabeça. Assim, São Luís passava a ser parte importante do nosso projeto. Integrar o Maranhão: ligar com o oeste (Tocantins) – e aí rasgamos a floresta e fizemos a Açailândia-Santa Luzia -, asfaltar a São Luís-Teresina, abrir inúmeras estradas para o Sertão, até Balsas. Na Baixada, de onde só se saía no inverno de boi-cavalo ou de teco-teco, abri um distrito rodoviário em Pinheiro, e estradas para São Bento e Alcântara, Bequimão, Santa Helena e fiz a travessia por ferry-boat.

Levei a energia de Boa Esperança a todo o interior e em 1979 inaugurei, em São Bento, as linhas de transmissão rasgando todo o Maranhão. Criava a Cohab, a Telma, a Codebam (Companhia de Desenvolvimento da Baixada) e muitas outras. Em São Luís asfaltei todas as ruas, fiz a Ponte do Caratatiua, a Ponte José Sarney (do São Francisco), a Barragem do Bacanga, o Porto do Itaqui, as grandes avenidas.

A UFMA foi fundada, criei as faculdades de Engenharia, Agricultura, Administração, Educação em Caxias, promovi as reformas administrativas, criei a Televisão Educativa, as famosas Escolas João de Barro, os postos médicos Sabiá, interiorizei o ensino médio, criando 54 ginásios (Projeto Bandeirante) no interior, fiz a Barragem do Batatã e reformei a estação do Batatã de tratamento de água, deixei planejado o estádio, inclusive a localização, a adutora para buscar água no Itapecuru, reformei todas as redes de distribuição de energia e de água em São Luís. A USAID (agência americana instalada em Recife que ajudava os governos da área) e a Sudene, através do superintendente Rubem Costa, me consideraram o melhor governador do Nordeste.

A geração de hoje não tem noção desta luta. A maior de todas as vitórias foi mudar a mentalidade do Maranhão. É outra. Mas tudo começou naquele tempo. Foi tão forte que deu um presidente da República, e o Maranhão passou a ser um dos mais importantes estados do país. Muitos maranhenses passaram a ser ministros de Estado e de tribunais superiores, o 16º PIB dos estados brasileiros, na frente de Mato Grosso do Sul. Até hoje temos dois ministros, Energia e Turismo, e muitos maranhenses em lugares de destaque do país.

Muitos governadores que me sucederam continuaram o Projeto do Novo Maranhão, outros fizeram péssimas administrações e caíram na politicalha e na traição. Hoje o Maranhão é uma referência nacional de progresso. Lobão fez um excelente trabalho na educação e em estradas. Hoje ajuda o Maranhão com a refinaria da Petrobras, o Luz Para Todos e as usinas de gás. Roseana – sorte minha – é excelente administradora e tem feito grandes governos. Estabeleceu confiança no Maranhão. Hoje é o estado que mais atrai investimentos no Brasil. Ela vai deixar todos os municípios ligados com estradas asfaltadas. Já construiu 42 hospitais no interior e estão em construção cinco grandes hospitais de referência. É a grande líder do estado.

Vamos em frente. Passado, presente e futuro, o velho, o novo, o grande Maranhão

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